No dia 23 de Dezembro ás vésperas do Natal, saiu ás
ruas da cidade o nosso personagem de natal, O Papai Noel Caveira.
Dessa vez esteve pelo centro de Campinas, passando pela Praça do
Fórum até a Praça da Matriz.
As ruas lotadas abarrotavam-se de pessoas dos mais
variados lugares, classes e idades. Queriam somente garantir o
presente de seus filhos e queridos. A hora de gastar e comprar era
aquela, já que haviam recebido seu décimo terceiro. E no meio da
multidão aquela estranha figura á míngua, roupa vermelha, pé com
gangrena e uma cara de caveira.
As crianças olhavam curiosas sempre puxadas pela mão
de suas mães. Mas a mãe quando percebia a caveira, puxava ainda
mais forte o braço de seu filho.
Criança: Você é o mesmo Papai Noel que eu conversei
no shopping?
PNC: Não, eu sou o verdadeiro.
Os meninos jovens morriam de rir,
algumas mulheres faziam cara de horror, as crianças passavam
curiosas, depois de passar por ele viravam o pescoço e lá de longe
ainda olhavam.
O Nosso verdadeiro Papai Noel não encontrava o natal
naquela bagunça e perguntou pra um bicheiro:
- Onde está o natal?
Bicheiro: Acontece essa época do ano.
- Mas qual é o sentido dele?
Bicheiro: a o sentido é compra, esse negócio de menino
Jesus é só historinha pra contá.
Talvez o nosso Papai Noel Caveira já soubesse disso,
mas é sempre bom ver se tem alguém que desconfia do mesmo que a
gente...
Já outra senhora olhou o papai noel caveira com
tamanha ternura que parecia estar de frente com um bebê lindo e
frágil (desses de propaganda de fraldas) depois de trocarem esse
curioso olhar, Papi Caveira à perguntou:
_ O Natal existe senhora? Saberia me dizer onde é que
ele está?
A senhora emocionada disse:
_Existe, no coração das pessoas.
Houve quem desse dinheiro, os primeiros o Papi Caveira
negou, mas depois com tanta oferta ele acabou cedendo, deram uns 3
reais ao final.
Papi Caveira entregou alguns presentes á quem se deixou
receber. Eram mensagens de amor. E de consumismo, também.
As
vezes ficamos conflitados com a presença do Papai Noel Caveira, pois
é uma figura assustadora, que meche com o sonho delicado das
crianças e com as memórias dos adultos. Mas quem se aproxima dele,
percebe sua doçura. Não somos contra o natal, acreditamos que esse
é um período importante de lembrar que precisamos demonstrar o amor
que sentimos pelos queridos e quem sabe despertar o amor com que
devemos tratar-nos em geral. Apenas pensamos que o impulso consumista
está tão forte que o mais importante fica soterrado nos papéis dos
presentes. O Papai Noel Caveira vem pra tentar equilibrar esse
conflito, e pelo menos para nós mesmos têm cumprido seu papel.
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